quinta-feira, 28 de abril de 2011

Poesia Matemática
Millôr Fernandes

Às folhas tantas
do livro matemático
um Quociente apaixonou-se
um dia
doidamente
por uma Incógnita.
Olhou-a com seu olhar inumerável
e viu-a do ápice à base
uma figura ímpar;
olhos rombóides, boca trapezóide,
corpo retangular, seios esferóides.
Fez de sua uma vida
paralela à dela
até que se encontraram
no infinito.
"Quem és tu?", indagou ele
em ânsia radical.
"Sou a soma do quadrado dos catetos.
Mas pode me chamar de Hipotenusa."
E de falarem descobriram que eram
(o que em aritmética corresponde
almas irmãs)
primos entre si.
E assim se amaram
ao quadrado da velocidade da luz
numa sexta potenciação
traçando
ao sabor do momento
e da paixão
retas, curvas, círculos e linhas sinoidais
nos jardins da quarta dimensão.
Escandalizaram os ortodoxos das fórmulas euclidiana
e os exegetas do Universo Finito.
Romperam convenções newtonianas e pitagóricas.
E enfim resolveram se casar
constituir um lar,
mais que um lar,
um perpendicular.
Convidaram para padrinhos
o Poliedro e a Bissetriz.
E fizeram planos, equações e diagramas para o futuro
sonhando com uma felicidade
integral e diferencial.
E se casaram e tiveram uma secante e três cones
muito engraçadinhos.
E foram felizes
até aquele dia
em que tudo vira afinal
monotonia.
Foi então que surgiu
O Máximo Divisor Comum
freqüentador de círculos concêntricos,
viciosos.
Ofereceu-lhe, a ela,
uma grandeza absoluta
e reduziu-a a um denominador comum.
Ele, Quociente, percebeu
que com ela não formava mais um todo,
uma unidade.
Era o triângulo,
tanto chamado amoroso.
Desse problema ela era uma fração,
a mais ordinária.
Mas foi então que Einstein descobriu a Relatividade
e tudo que era espúrio passou a ser
moralidade
como aliás em qualquer
sociedade.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Texto: O Corpo

C0mentário do texto: "O Corpo"


       O corpo ainda é uma incógnita. Todos falam a respeito, mas não existe nenhum significado universal ou único. O dicionário, por exemplo, apresenta uma descrição muito superficial a respeito do tema. É difícil discutir a respeito, já que, até Sócrates não achava pertinente o estudo do corpo, mas o estudo da alma. O tempo passa e o mundo começa a se perguntar: o que é o corpo?
       As repostas são infinitas, tendo em mente que o corpo é: "o que eu quiser, que seja". 
       Na maioria dos casos o corpo é considerado um objeto da mente, da alma, ou de ambos. A religião trata o corpo como objeto pecador, quando este procura prazer. A sociedade utiliza-o como algo útil e produtivo.
       O corpo tem muitas utilidades (todas conhecidas), mas significados e definições infinitas.

Pequenos Mundos


Pequenos Mundos 

Cultura, lazer, educação, fazem parte dos direitos do cidadão, neste país. Para uma parcela da população, principalmente as que residem em metrópoles e regiões metropolitanas, esses direitos são mais bem executados.  Até porque, são nessas regiões que se encontram grandes capitais financeiros e grandes concentrações populacionais.
    A existência de metrópoles, megacidades, megalópoles, traz consigo a necessidade de promover o direito do cidadão, para que a população fique satisfeita e continue exercendo seu papel, como base de sustentação deste “Pequeno Mundo”, pois sem base, não existe o topo. Este por sua vez é dividido em três classes sociais, são elas: os ricos - que detém os meios de produção -; os que não são ricos, nem pobres - mais conhecidos como burgueses - e por fim, os menos favorecidos.
    Com tanta diversidade e riqueza, surgem atrativos culturais, eventos e meios de lazer para população, que tanto necessita de distrações. Caso contrário, todos seriam doidivanas, com tanto trabalho, estudo, correria, poluição e calor.
    Se pusermos na balança, vantagens e desvantagens de “Pequenos Mundos”, a grande maioria terá as vantagens como peso maior. Tanto é assim, que o número de pessoas que se locomovem para grandes cidades, cresce a cada ano. Mas, com a globalização o ritmo dessas migrações vem diminuído.  As poucas pessoas que arriscam ir, para grandes cidades vão com intuito de usufruir dos atrativos culturais e financeiros.